MAIKÃO busca com sua música e presença no palco defender as vozes que são caladas. “Esse é meu movimento de resistência: falar da dor do outro que foi e é verdade e provocar a reflexão. Nós não somos só números, temos que sonhar, que acreditar e nos conectar novamente a nossa essência, que é a natureza”, explica o músico. “E nós já estamos fazendo sucesso. Pra gente sucesso é atingir a cabeça e o coração das pessoas. Será como um movimento: quanto mais pessoas atingirmos com a nossa verdade, mais força teremos. Podemos provar que temos força sim no interior”, complementa.

Ativista social, MAIKÃO enxerga o baque como sua principal forma de lutar pelas maiorias. É na percussão que sensibiliza e encoraja de expor diversas ideias e realidades, principalmente ao levantar discussões como a colonização do Brasil e as consequências desse momento até hoje na história nacional. “O meu ativismo é trazer essa mensagem de reintegração com a natureza, reconhecimento da força e unir as utilidades aos agradáveis. Eu acredito na potência da mensagem que a música pode provocar e na abertura ao diálogo que é capaz de fazer”, diz.
Atualmente o artista se apresenta com a banda composta por Juca Natal (guitarra), Rafael Barros (faícas), Cadison (contra baixo), Eduardo Viana (percussão), Pedro Santin (percussão) e Felipe Cogo (técnico de som). MAIKÃO é o responsável pelo vocal, pad e bateria – vale ressaltar que ele toca o instrumento de pé.

Um de seus principais projetos como ativista social e música é a comunidade de maracatu Baque Caipira, na qual está na linha de frente desde sua criação, em 2013. Com alguns diferenciais do tradicional maracatu, originado no nordeste, a nação transforma e adapta às condições melódicas e poéticas do interior de São Paulo, destacando as loas com orixás da mata e rio.

Nascido em Miguelópolis, interior da capital paulistana, MAIKÃO aprendeu sozinho, aos cinco anos, a tocar violão e viola caipira. Sob influência do pai, o interesse pelos diversos ritmos brasileiros vem de dentro de casa, onde se escutava desde música caipira à jovem guarda. “É uma herança do meu pai esse gosto musical e também instrumental. Ele nunca teve condições de seguir esse caminho, tinha que trabalhar na roça, mas plantou essa semente na família”, comenta o artista. De família católica, ele teve o primeiro contato com a percussão ao ser levado para benzedeira local e sentir a força daquele som.

Aos 13 anos ganhou sua primeira bateria e desde então nunca mais deixou de tocar e estudar a arte do instrumento. Aos 14 anos se mudou para Piracicaba (SP) com o irmão, com quem dividia palcos e gorjetas pelas noites da cidade interiorana. Wagnão, reconhecido baterista local passou a ensiná-lo as técnicas principais. Ao se formar na escola conquistou a bolsa de estudos na UNIMEP no curso de Comunicação Social e também uma vaga no conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos Campos – Tatuí-SP, onde frequentou por sete anos e desenvolveu a musicalidade da música instrumental de toda natureza, MPB, jazz e outros ritmos latinos. No conservatório estudou e conviveu com Cleber almeida, Rodrigo Banha, Rodrigo Digão, Fabio Leal, Fabio Gouveia, Sergio Frigério, Hector Costita, Vinicius Dorin, Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda, entre vários professores da época.

Os estudos e pesquisas de MAIKÃO o levaram a transitar em diversos meios musicais no Brasil, sempre com foco na valorização da música regional e da percussão dos ritmos afro brasileiros. Entre diversos projetos, de 2007 a 2012 atuou como baterista na Pirajazz Band; em 2014 passou a integrar a banda Zaíra, que participou do programa SuperStar, da TV Globo, e chegou às semifinais; em 2018 subiu ao palco do festival Lollapalooza com a banda Francisco, El Hombre. Já fez parcerias musicais com grandes nomes como o violonista americano Richard Smith, o pianista André Marques, Hermeto Pascoal, Monarco da Portela, Maurício e Marcos Diniz, Silvério Pontes, Mônica Salmaso, entre outros.

Participou de importantes festivais de músicas como: Mostra instrumental – SESI (2012), Festival de Música Sertaneja de Raiz (2013) em São José do Rio Preto, Festival da Canção (2013/2014) de Botucatu e Limeira e Prêmio Nabor Pires de Camargo (2013/2015), onde foi classificado em 2o e 1o lugar, respectivamente. Gravou vários discos com artistas regionais, produziu trilhas sonoras para curtas e longas-metragens, jingles para propagandas comercial e eleitoral e foi professor de percussão e bateria no Instituto Formar (2009 – 2013), antiga Guarda Mirim da cidade de Piracicaba. Em 2014, viajou para a Europa – Finlândia e Suécia, onde representou a música brasileira com o projeto “Brasil Sauce Trio”, ao lado de Samuel Gustinelli e Marcus Godoy.

É ministrante de oficinas e vivências de terapia musical para terceira idade, realizadas no SESC e no Centro Dia do Idoso “Irmã Maria Luigia Moschini”.Integra o Samba de Lenço – “Mestre Antônio Carlos Ferraz” e é colaborador do Batuque de Umbigada da cidade de Piracicaba.

Maikão

Compositor, baterista, percussionista, ativista e pesquisador das manifestações musicais afro brasileiras, Maicon Facchin Araki, o MAIKÃO, pede licença na cena musical brasileira com a proposta de provocar reflexão, sensibilização corporal e, claro, entreter ao público. Aos 32 anos, filho de descendentes de italianos e japoneses, lança projeto original solo que dá voz e visibilidade aos ritmos do interior de São Paulo, como samba de lenço e batuque de umbigada com maracatu e demais sons derivados da percussão miscigenados aos timbres e concepção da música eletrônica.

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Location

Piracicaba